REINO BRASIL

 

   
   
Prosseguindo no comparativo do desenvolvimento brasileiro e rio-grandense, que na linha do tempo já enfocou o Brasil Colônia, agora é a vez do que se passou durante o Reino do Brasil. A concepção de Rio Grande do Sul ainda não está bem sedimentada. Em algum momento o Uruguai fez parte do Império, como Província da CIsplatina. Dessa forma a correlação que se segue é: Reino do Brasil, Bacia do Prata e Contexto Mundial. É um período curto marcado pela descolonização da América Latina.
   
   
   
REINO DO BRASIL   BACIA DO PRATA   CONTEXTO MUNDIAL
         
1808 – BRASIL REINO       1808 – Napoleão ocupa os países ibéricos, Portugal alia-se à Inglaterra.
        – México: Miguel Hidalgo lidera movimento separatista de cunho rural e nativista, é fuzilado. Só em 1822 a independência, com A. Iturbide Imperador.
A Família Real transfere-se para o Brasil, que será transformado em Reino Unido a Portugal e Algarves.   1808 – A Província está subdividida em: Porto Alegre, Rio Grande de São Pedro, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha.  
   
       
1809 – Ocupada a Guiana Francesa pelo Reino. Também incursões no Sul representam uma nítida política de ocupação na América em represália à França.   1809 – Ofensiva à Cisplatina, determinada por D. João, a pretexto de controlar o comércio com os ingleses.  
     
       
1810 – Acordo anglo-lusitano: privilégios alfandegários aos lusos que oferecem seus domínios à colocação dos têxteis ingleses.       1810 – Os movimentos separatistas são incontroláveis em toda a América; Inglaterra os apoia.
     
1811 – Causa preocupação ao Reino o movimento de formação de governo próprio no Paraguai.   1811 – Segunda ofensiva à Banda Oriental (Sacramento).    
  1812 – Montevidéu sitiada pelo Reino do Brasil.    
    1813 – Artigas reúne o 1º Congresso Uruguaio.    
        1814 – Tratado de paz EEUU-Inglaterra. Napoleão abdica ao Trono. Paraguai: 1ª ditadura Sul-Americana com J. Francia.
1815 – Brasil Reino Unido ao de Portugal, hábil deliberação de D. João visando ao Congresso de Viena.        
    1816 – Terceira ofensiva à Cisplatina, Artigas organiza a resistência.   1816 – Argentina independente, com San Martin, o Protetor das Províncias Unidas do Prata, membro da aristocracia crioula.
1817 – Pernambuco: insurreição proclama República (dura 80 dias): os insurretos são mortos e Frei Caneca preso.        
1817 – Montevidéu no poder dos luso-brasileiros.
         – Batalha do Catalã.
 
1818 -Chile independente, B. O’Hoinggins com apoio de San Martin.
        1819 – Bolóvar liberta a Grã-Colômbia.
        – USA compra a Flórida.
1820 – O movimento político na cidade do Porto determina o regresso da Família Real no ano seguinte a Portugal.
        – O progresso é inconteste. Os movimentos separatistas evoluem.
  1820 – Artigas refugia-se no Paraguai após ser vencido em Taquarembó.  
  1821 – A Banda Oriental é incorporada ao Reino como Província da Cisplatina.   1821 – Agora San Martin liberta o Perú.
     
        1824 – Alto Peru (Bolívia) vence o último baluarte espanhol.
         – Simón Bolívar, movimento popular, liberal e republicano, busca união: Venezuela e Nova Granada (Equador, Colômbia e Panamá).
         – Bolívar San Martin: libertadores e precursores do pan-americansmo.
       
       
       
       
         
         
   
   
   
 

O Sistema Colonial declina desde a 2ª metade do século XVIII. O capital comercial perde a supremacia, floresce o capital industrial. Países capitalistas industrializados estão na vanguarda. Surge o neocolonialismo. Os países recentemente independizados, sem política própria, que emane da consciência nacional e, ainda, normalmente apoiados num caudilho ou facção que anseia o poder, se submetem ao capital estrangeiro, almejando a industrialização, mesmo sem suporte técnico e ambientação para competir.   

O Brasil anseia a autonomia política. O convívio próximo à Corte retarda o processo. Uma corrente monarquista pensa realizá-la por vias pacíficas, a republicana, tem o discurso, falta-lhe o líder agregador. As lideranças gravitam em torno das benesses da Corte. O território é vasto, a unidade de pensamento é tênue. Portugal está enfraquecido, porém consegue sufocar os movimentos precursores, sendo os mártires transformados em temerários usurpadores e só mais tarde serão reabilitados pelos brasileiros. Entre eles, Tiradentes, Frei Caneca, o alfaiate João de Deus do Nascimento, de “ideais franceses”, não atingem a legitimação popular tal que seus movimentos se revitalizem. Sucumbem na gênese. A opressora sociedade elitista, aristocrata por formação, obumbra o liberalismo republicano nascente.

Dessa forma, os temas dominantes polarizam entre a centralização e a descentralização ou entre o unitarismo ou o federalismo (regionalismo), entre o liberalismo (um avanço?) ou o conservadorismo (um retrocesso?).